quarta-feira, novembro 15, 2006

Eu vou, mas volto!

Antes de escrever sobre isso, quero dizer para o pessoal que passa por aqui, que achei interessante a identificação com a postagem anterior.
Tenho até alguns comentários adicionais a fazer:
- Eu não pretendo me assumir para ninguém agora;
- mas depois que tive o primeiro namoro que ultrapassou a barreira de dois meses, comecei a pensar no assunto;
- o que acontece é que fico assustado ao pensar alguém descobrindo... sei lá, tive até pesadelos com isso;
- e como estou apaixonado, às vezes quero compartilhar minha alegria com mais alguém. Contudo, estou ficando cada vez mais reservado.


Indo logo ao assunto...

Esta provavelmente é a última postagem do ano. Não vou sair daqui, mas é que vai ser praticamente impossível atualizar o meu espaço aqui.
Gostei demais de conhecer outros blogueiros, compartilhar experiências e conquistar a consideração de alguns. Parece que foi um bônus extra! Porque, ao criar o blog, eu estava pensando em

gritar para o mundo e, ao mesmo tempo, que ninguém ouça!

E, quando eu atualizar novamente aqui, espero encontrar muitas novidades e os amigos que comecei a fazer neste ambiente!
A história ainda não acabou! Pelo contrário, está apenas começando!


E enquanto o blog fica parado, a visita tá liberada! As postagens anteriores descrevem um pouco da minha dualidade. Pode ser bobagem ou não, depende do ponto de vista de quem lê.

sábado, novembro 11, 2006

Não sei explicar. Eles não são capazes de entender

Não sei explicar...

por que eu também gosto de garotos;
como é possível gostar de garotos e garotas ao mesmo tempo;
por que ainda assim escolhi um garoto;
desde quando eu percebi que sou assim;
por que não me sinto culpado, apesar de todos os meus valores levarem-me a isso;
por que parei de lutar contra isso;
e que eu não me sinto nem bem, nem mal comigo mesmo.

Eles não são capazes de entender.

Amo demais minha família. Amo mesmo. Não tenho traumas, nem pais ausentes. Não guardo mágoas. Muito menos fui abusado na infância por quem quer que seja. Fui criado para ser um bom homem. E sou homem. E gosto disto.
Minha família é muito religiosa. Por tabela eu também sou. Não que eu tenha sido obrigado. Exerço minha relogiosidade por vontade própria. Mas as convicções religiosas deles não os fazem aceitar como sou, e muito menos explica minha condição, em toda a complexidade em que ela se estabelece.
A cultura nem sempre está de acordo com a religião. Às vezes são conflitantes. Nossa cultura é naturalmente homofóbica. Por causa da religião? Ainda não sei. E esta cultura discrimina não apenas os que lançam-se em relações homoafetivas, mas tudo o que não lhe agrada. Há credos que ensinam o amor ao próximo, seja o próximo o que quer que seja. Porém, a religião pode vir a reforçar a cultura e vice-versa, já que a mente de alguns pode permitir ser assim. E sobre o que eu refletia? Ah! Homofobia.
Às vezes eles são tão homofóbicos que já está começando a incomodar-me. O grau de rejeição é tão alto que tento não me sentir rejeitado no meio deles. Mas eles não sabem de mim! Mesmo assim eu sinto um pouco.
Eu poderia ser expulso de casa. Não duvido. Ou então a convivência poderia tornar-se insustentável. Como eu levaria uma vida com uma mão na frente e outra atrás? Eu já estou ansioso para começar a trabalhar e começar minha vida independente.
Mas eu os amo tanto, que só de pensar no sofrimento deles ao saber eu sofro junto! Não sei se eu queria que as coisas fossem diferentes, pois se eu quisesse, ainda estaria lutando contra eu mesmo.
Se pelo menos eles fossem capazes de entender!
Colegas. Apenas isso, não escrevo por conveniência. Amigos mesmo a gente confia um pouco mais, mesmo que não o suficiente para revelar-se gay. Por isso não conto a ninguém. De fato tenho um conhecido que sabe de mim, mas a gente está muito distante agora. Entretanto, tenho alguns colegas dignos de consideração, mas também tão homofóbicos, e é conveniente não perder a companhia deles. Conveniente? Sim, por interesses. Sou interesseiro. Normal, como todo mundo.
Meu namorado tem pessoas que são capazes de entendê-lo. Mas realmente é uma dúvida minha se a família dele entenderia.
Quando a gente se descobre, é uma confusão na nossa consciência. Ele contou-me que durante essa fase, teve o apoio desses verdadeiros amigos. E disse-me um dia que fui muito forte ao enfrentar as tempestades na minha consciência sozinho, até eu resolver meus problemas de auto-estima e aceitação própria. Tudo bem, posso até não ter mais essas "neuras", mas será que eu serei forte quando for novamente necessário?

quarta-feira, novembro 08, 2006

Melhor, impossível!

É incrível como as coisas podem acontecer de forma inesperada na nossa vida!
Primeiramente, mamãe ficou melhor. Obrigado a quem desejou melhoras a ela.
Segundo, quem ficou dodói foi meu namorado. Que bom não foi nada mais sério, e logo ele pôde recuperar-se.
É aí onde entra o feriado.
Tive a oportunidade de passar o feriado com ele! Já estamos namorando há cerca de um ano, e nunca havíamos passado juntos mais do que um dia. Lógico, havia família e conhecidos, o que nos impediu de certas "intimidades". Mas o que valeu foi a oportunidade de convivência, de poder comparar com o antes e ver que somos mais unidos e cúmplices; que adoramos a companhia e conversa um do outro. É ótimo ver que tive a sorte de conhecer uma pessoa incrível, e engraçado de lembrar como nos conhecemos de uma forma diferente; e que tudo acontece no momento apropriado!
Acho que aproveitamos cada minuto juntos.
Sei lá, não consigo nem escrever direito procurando lembrar cada detalhe destes dias! (ah, e acontece que estou com um baita sono!)
...

E é assim...
Muitos podem dizer que nada tenho a reclamar, que tenho sorte e que ficar vendo o lado negativo das coisas é besteira da minha parte. Talvez seja a conclusão que alguns podem chegar ao conhecer meu blog. Acontece que realmente não reclamo de nada. E sei que a vida foi boa comigo. Mas, pensa: não é conflitante ter algo tão bom para "gritar" ao mundo como o amor, e ao mesmo tempo não poder contar a ninguém porque para as pessoas ao teu redor isso parece mau?
Falo aqui da angústia de ter uma vida, experiências, momentos, que de tão proibitivos chegam a ser marginais. É lógico que isso é da cabeça das pessoas que pensam assim. E sei que isso é realidade de muitos como eu.
Não tenho amigos em que confiar esses segredos. Pode até ser um sentimento infantil, mas sinto a necessidade de contar da minha felicidade para alguém que não seja meu próprio namorado. Eu mesmo acho estranho essa vontade de sair contando por aí. Mas lembro do trecho: "a boca fala do que o coração está cheio". Pode estar aí a explicação de eu ser ultimamente tão calado entre os que me rodeiam.
Até que é legal poder encontrar uma forma de extravasar por aqui um pouco do que sinto!
...

Não escrevi isso por nenhum outro motivo especial. Quis apenas externar uma reflexão.