Auto-imagem

Coitados de vocês, meus amigos que acompanham este blog prolixo! Fico postando um monte de coisas aqui. E sem obedecer ordem cronológica já há algum tempo. Pior! Só falo do passado! Vocês já devem ter perdido o fio da meada há décadas! Para inovar, mais um fato do passado (e sem data).

Um dia ordinário, sem maiores acontecimentos. Uma oportunidade de rever um amigo. Quebra de rotina (ótimo!). Conversa vai, conversa vem, e eis que surge a conversa que pela primeira vez fez-me ver claramente como eu estava encarando a mim mesmo. Um motivo. Revolta (desculpem-me, não entrarei em detalhes hoje). Revelação:

- Não tive nada com o meu amigo Fulano. Pensar isso é um absurdo. Mas não quer dizer que eu já não tenha ficado com alguém antes.

- Como assim?!? - O espanto dele é evidente.

- Tem uma hora na vida que a gente quer fazer testes e descobrir o que somos capazes de fazer, e podemos ir longe demais...

- Agora você não vai embora sem contar tudo! - O cara morreu de curiosidade.

Contei como eu tinha conhecido um cara, casualmente, que a gente saiu, transou, e ficou um tempo na enrolação.

- Conta mais! - Mas que amigo viado filho da p***! Queria ouvir um conto erótico ao vivo! Hahaha!

- Mas o que tu queres saber?

- Tipo... A ou P?

Putz! Eu no maior tom de seriedade e o doido querendo saber como eu era na cama, se já tinha feito oral! Quase bato nele! Contei o essencial.

- Mas então, rolou algo com o Fulano?

- É claro que não, ca*****! Sempre tive o maior respeito por ti, pelo Fulano e pelo Ciclano! Não duvida disso!

Se eu, na época, não tinha certeza do que queria, pelo menos eu tinha certeza do que eu não queria: terminar de estragar minhas amizades, com um "teste" de sexualidade. Entenda-se: dar em cima de amigo.

- Mas você ainda tem algo com outro alguém?

- Faz tempo que não.

- E como você está se vendo agora? Tipo, como você reagiu?

- Até hoje não sei dizer como reajo a isso. Nem entendo as sensações estranhas que tive na minha primeira experiência. Só sei dizer que não me culpo, muito menos me martirizo por isso. Eu estava consciente naqueles dias e estou hoje. Também não vou criar barreiras ou empecilhos no meu futuro. Se aparecer um garoto ou garota na minha vida, vou aproveitar. Não impedirei minha busca pela felicidade, seja com um homem ou com uma mulher.

- Puxa... legal o que falaste.

Para terminar a conversa, não fiquei com meu amigo nem neste dia nem nos seguintes (Ahhhhh, algum de vocês deve ter pensado, kkkkkkkkk!).

Isso já faz um tempo, e fico impressionado de como eu tinha uma opinião formada de mim mesmo sem que eu tivesse certeza disso! Não sei se é a forma mais correta, mas ainda é assim que vejo-me quando penso no que quero de meu futuro.

Não sei mais dizer se tenho mais ou menos problemas que antes. Mas com certeza a forma como avalio a intensidade de tais problemas mudou sensivelmente nestes poucos últimos anos. Às vezes, tentando pesar criticamente as circunstâncias na balança da minha consciência, tenho a impressão de que tenho sim grandes problemas; contudo, recuso-me a admitir isso. Talvez eu esteja desenvolvendo algum grau de mania, por causa dessa perda de medo!

Se essa tal auto-imagem vai ajudar-me ainda em algo? Sei lá!

Pode parecer que este blog é de alguém muito mal-resolvido e cheio de conflitos consigo mesmo. Acontece que a maior parte do que está aqui, inclusive o diálogo de hoje, refere-se a momentos passados, onde realmente os conflitos existiam. Hoje, os conflitos são de outra natureza.

(Fiz comentários demais. Acho que devo apagar.

Humm....

Vou deixar como registro!)