Não sei explicar. Eles não são capazes de entender
Não sei explicar...
por que eu também gosto de garotos;
como é possível gostar de garotos e garotas ao mesmo tempo;
por que ainda assim escolhi um garoto;
desde quando eu percebi que sou assim;
por que não me sinto culpado, apesar de todos os meus valores levarem-me a isso;
por que parei de lutar contra isso;
e que eu não me sinto nem bem, nem mal comigo mesmo.
Eles não são capazes de entender.
Amo demais minha família. Amo mesmo. Não tenho traumas, nem pais ausentes. Não guardo mágoas. Muito menos fui abusado na infância por quem quer que seja. Fui criado para ser um bom homem. E sou homem. E gosto disto.
Minha família é muito religiosa. Por tabela eu também sou. Não que eu tenha sido obrigado. Exerço minha relogiosidade por vontade própria. Mas as convicções religiosas deles não os fazem aceitar como sou, e muito menos explica minha condição, em toda a complexidade em que ela se estabelece.
A cultura nem sempre está de acordo com a religião. Às vezes são conflitantes. Nossa cultura é naturalmente homofóbica. Por causa da religião? Ainda não sei. E esta cultura discrimina não apenas os que lançam-se em relações homoafetivas, mas tudo o que não lhe agrada. Há credos que ensinam o amor ao próximo, seja o próximo o que quer que seja. Porém, a religião pode vir a reforçar a cultura e vice-versa, já que a mente de alguns pode permitir ser assim. E sobre o que eu refletia? Ah! Homofobia.
Às vezes eles são tão homofóbicos que já está começando a incomodar-me. O grau de rejeição é tão alto que tento não me sentir rejeitado no meio deles. Mas eles não sabem de mim! Mesmo assim eu sinto um pouco.
Eu poderia ser expulso de casa. Não duvido. Ou então a convivência poderia tornar-se insustentável. Como eu levaria uma vida com uma mão na frente e outra atrás? Eu já estou ansioso para começar a trabalhar e começar minha vida independente.
Mas eu os amo tanto, que só de pensar no sofrimento deles ao saber eu sofro junto! Não sei se eu queria que as coisas fossem diferentes, pois se eu quisesse, ainda estaria lutando contra eu mesmo.
Se pelo menos eles fossem capazes de entender!
Colegas. Apenas isso, não escrevo por conveniência. Amigos mesmo a gente confia um pouco mais, mesmo que não o suficiente para revelar-se gay. Por isso não conto a ninguém. De fato tenho um conhecido que sabe de mim, mas a gente está muito distante agora. Entretanto, tenho alguns colegas dignos de consideração, mas também tão homofóbicos, e é conveniente não perder a companhia deles. Conveniente? Sim, por interesses. Sou interesseiro. Normal, como todo mundo.
Meu namorado tem pessoas que são capazes de entendê-lo. Mas realmente é uma dúvida minha se a família dele entenderia.
Quando a gente se descobre, é uma confusão na nossa consciência. Ele contou-me que durante essa fase, teve o apoio desses verdadeiros amigos. E disse-me um dia que fui muito forte ao enfrentar as tempestades na minha consciência sozinho, até eu resolver meus problemas de auto-estima e aceitação própria. Tudo bem, posso até não ter mais essas "neuras", mas será que eu serei forte quando for novamente necessário?
Minha família é muito religiosa. Por tabela eu também sou. Não que eu tenha sido obrigado. Exerço minha relogiosidade por vontade própria. Mas as convicções religiosas deles não os fazem aceitar como sou, e muito menos explica minha condição, em toda a complexidade em que ela se estabelece.
A cultura nem sempre está de acordo com a religião. Às vezes são conflitantes. Nossa cultura é naturalmente homofóbica. Por causa da religião? Ainda não sei. E esta cultura discrimina não apenas os que lançam-se em relações homoafetivas, mas tudo o que não lhe agrada. Há credos que ensinam o amor ao próximo, seja o próximo o que quer que seja. Porém, a religião pode vir a reforçar a cultura e vice-versa, já que a mente de alguns pode permitir ser assim. E sobre o que eu refletia? Ah! Homofobia.
Às vezes eles são tão homofóbicos que já está começando a incomodar-me. O grau de rejeição é tão alto que tento não me sentir rejeitado no meio deles. Mas eles não sabem de mim! Mesmo assim eu sinto um pouco.
Eu poderia ser expulso de casa. Não duvido. Ou então a convivência poderia tornar-se insustentável. Como eu levaria uma vida com uma mão na frente e outra atrás? Eu já estou ansioso para começar a trabalhar e começar minha vida independente.
Mas eu os amo tanto, que só de pensar no sofrimento deles ao saber eu sofro junto! Não sei se eu queria que as coisas fossem diferentes, pois se eu quisesse, ainda estaria lutando contra eu mesmo.
Se pelo menos eles fossem capazes de entender!
Colegas. Apenas isso, não escrevo por conveniência. Amigos mesmo a gente confia um pouco mais, mesmo que não o suficiente para revelar-se gay. Por isso não conto a ninguém. De fato tenho um conhecido que sabe de mim, mas a gente está muito distante agora. Entretanto, tenho alguns colegas dignos de consideração, mas também tão homofóbicos, e é conveniente não perder a companhia deles. Conveniente? Sim, por interesses. Sou interesseiro. Normal, como todo mundo.
Meu namorado tem pessoas que são capazes de entendê-lo. Mas realmente é uma dúvida minha se a família dele entenderia.
Quando a gente se descobre, é uma confusão na nossa consciência. Ele contou-me que durante essa fase, teve o apoio desses verdadeiros amigos. E disse-me um dia que fui muito forte ao enfrentar as tempestades na minha consciência sozinho, até eu resolver meus problemas de auto-estima e aceitação própria. Tudo bem, posso até não ter mais essas "neuras", mas será que eu serei forte quando for novamente necessário?
5 Comments:
nossa cultura é naturalmente homofóbica?
tenho minhas duvidas
nao contra a homofobia, que é óbivia, mas contra o advérbio
naturalmente
nós aprendemos a homofobia da mesma forma que aprendemos a ler e a escrever, imitando
se começarmos a naum ser homofobicos
as crinças deixarão de ser
basta o exemplo
mas tb acredito que a gente aprende tb a ser gay, acho q nossa cultura tb cria seus "desviados" talvez pra reforçar o exemplo "correto"
mas esse reforço só funciona enquanto os desviados são mantidos em guetos... hummm
acho q tive uma ideia pra um post
hehehe
Técnicamente se assumir Não é necessario.. Apenas para Si próprio..
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Tenho 20 anos hoje, e peguei no primeiro membro masculino COm menos de 10 anos.. dai para a frente Entrei EM conflito.. Sim me lembro de ir a igreja com meus pais.. e pedir perdão a Deus o Culto todo.. mais as vezes no mesmo dia cometer o tal erro..
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NEste tempo beijei meninas.. Mais beijei COm certeza o dobro.. triplo de meninos.. neste tempo transei com meninas.. mais transei o dobro o triplo de vezes com Meninos.. sempre me veio assim..a maré sempre vinha mais masculina do Que feminina PAra mim..
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Hoje Ainda tenho Duvidas, sera que me caso com uma mulher ainda? sera que me casaria COm um Homem? Sera Que criarei minah Filha solteiro? casado? Não sei.. Gay? sim.. HEtero? de longe!
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FAmilia.. ja tive conversas conflitantes com minha mãe.. mais.. nada que um BOm não não resolvesse, Se ela sabe? creio Que Sim.. mais Como pode? ele namorou aquela guria (a nora perfeita) fachada? não.. nunca me prestariaa tal papel.. namorei porque curtia e amava ela.. Aff.. COmentario longo.. mais é porque me identifiquei muito COm este post Seu..
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No demais.. Beijos e se joga!
caro dual,
qta confusão, heim?!
se vc se excita,se o pau sobe,não importa...
abs.tertu
Eu não ouso comentar sobre as dúvidas, pois as suas são minhas tb.
Quanto a assumi, só se realmente isso for contribuir para que vc seja mais feliz, do contrário, não vale a pena!
Abraços!
Ei Dual,que loco este post moço.
Me passou um flash aqui acgora,fico me imaginando da mesma forma que você retratou.
estas coisas sao muito dificeis,falar e ate facil,mas na hora h,agente sente medo,fica com vergonha,vergonha de nao ser aceito por todos,pelas pessoas que agente ama.
Otimo texto...e eu tovazando do blog.
Entao ate qualquer dai e quem sabe eu volte...quem sabe.
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