terça-feira, outubro 17, 2006

Amizade e liberdade

Você já se sentiu tão amigo de alguém a ponto de sentir a necessidade de contar tudo da sua vida e de seus sentimentos, mesmo porque a recíproca é verdadeira?
Pensei nisso ao desistir de ótimas amizades quando quis "libertar-me", ou seja, fazer tudo o que me desse vontade de fazer.
Estava no terceiro ano e tinha dois melhores amigos. Bom isso. Foi um ano de "altos", principalmente na área acadêmica. Mas internamente eu pareceria explodir, de saco cheio e cansado de ser bonzinho, pois parecia não valer a pena. Tentar ser legal com todo mundo só atraía o desprezo geral. Explicação: descobri depois que aquele ser repugnante só espalhava que eu queria aparecer e ser melhor que todo mundo, e eu não enfrentei (hoje sei que foi o melhor a fazer).
Eu sabia muita coisa desses melhores amigos, porém não contava nada de mim, digo, eles mal sabiam o que se passava na minha cabeça, eu não contava. Isso foi problema para um; e outro, não.
Um era da faculdade e outro tinha ligações com a turma do fim-de-semana. Acabou que todo mundo se envolveu na turma do fim-de-semana. Era bom, no geral era uma galera do bem. Mas, lógico, éramos um trio à parte e, sinceramente, só nós agüentávamos a esquisitice de um de nós (o de fora da facu).
Ano estranho, onde eu, em vez de cair na deprê como todo ano até então, resolvi rebelar-me e tomar uma atitude.
As idéias na minha cabeça colocaram-me a uma distância perigosa desses amigos, longe o suficiente para não ver seus problemas e ajudá-los como sempre gostava de fazer. O da faculdade afastou-se primeiro, estranhamente. Aparentemente ele tinha outras idéias em mente, no momento em que comecei a voltar a ser um pouco do CDF que me colocou na universidade. Preferi não tocar no assunto.
Com um melhor amigo a menos achei mais fácil colocar em prática o que havia-me proposto. Nas férias disse para mim mesmo que dali em diante eu faria o que realmente desse na cabeça e veria até onde isso chegava.
Algum tempo depois experimentei o que era ficar com um cara. Chato foi tentar manter essa vida dupla (ou já seria tripla?). Não tinha mais assunto para conversar com meu amigo, eu só ouvia, sem ter mais o que falar quando ele choramingava seus problemas.
O fim da amizade que sobrou foi mais dramático. O cara meteu galho na cabeça da namorada, e ela veio perguntar se era verdade para quem? Pro babaca aqui. Eu tentei salvar a pele do indivíduo, mas bem na hora chega uma amiga e desmente toda a mentira que eu estava apenas começando a contar. Sem saída e com a cara no chão, fiquei calado. Pior: ele pensou que fora eu quem contara a verdade. Desmentir, para quê? No fundo era o que eu queria.
...
Amigo da faculdade, já no final do ano: "Sabe amigo, você precisa confiar mais nas pessoas". "Eu sei". Será que isso foi um dos motivos do afastamento?
Mas isso foi só um detalhe!

4 Comments:

At 20 outubro, 2006 15:37, Blogger Blog Jotha Design said...

Cara, tb me distanciei de uns otimos amigos depois que decidi ficar com caras e viver minha vida do meu jeito, sinto mta falta, pois eram amigos de verdade, mas aos pocuso estamos voltando, sem eles saberem de mim claro, bção.

 
At 24 outubro, 2006 00:37, Anonymous Anônimo said...

Olha no meu primeiro namoro aconteceu algo parecido, eu me afastei de todo mundo e meu mundo era eu e meu namo. Quando ele sumiu eu me vi sozinho. Não precisa ter uma vida dupla .. só procure fazer mais amigos gays pra vc conversar o que não pode conversar com outros que vc não confia. ;)

 
At 26 outubro, 2006 09:22, Blogger AVENTURA said...

Eu tb passo por estas, estou cercado de amigos , amigões mesmo, que sabem da minha vida 1. Algumas vezes dá uma puta vontade de contar para alguns, mas ainda prefiro manter a vida 2, exclusivamente para mim e para os novos amigos que criei.

Quanto a ser o certinho, o bom ouvinte, ainda o sou, mas muito mais critico com eles. O bom que eles gostam, pq eu não tenho saco para choramingões, eu digo na lata!
Tem hora que sanca ser o amigo deles, e eles, mesmo sem saber, não são meus amigos profundamente. Se a vida tem que ser assim, que ela seja!

Vou ler teu blog desde o começo, e não eskenta se em um ou outro post não houver comentário, faça do blog algo seu, quem quiser comentar, só será uma acrescimo as tuas idéias, ok!

Valew pela visita, meu vizinho! Volte sempre!

 
At 26 outubro, 2006 12:16, Blogger Dual Life said...

E que acréscimo!
Ah, quem quiser só ler e não comentar, sem bronca! Contudo, aprecio essa troca de idéias e experiências!

O que eu quis dizer sobre ser bonzinho não era relacionado às minhas amizades. Raramente abusaram disso. Acontecia que eu era muito solícito, sempre procurava emprestar minhas anotações e apostilas, e raramente dizia não para atividades extra-curriculares. Quando espalharam que eu fazia isso por querer aparecer e pisar nos outros, e acreditaram, revoltei-me com tudo.

Hoje já penso diferente.

E também sinto que não tenho tantos amigos profundamente.

 

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